“O Sexo Saiu do Armário”
O sexo saiu do armário não para
liberdade, mas saiu do armário para transgredir a prisão do desconhecimento da
instância do prazer.
Esse sexo que na estruturação do
sujeito em sua infância não obteve a castração de sua overdose incestuosa dos
tempos do Édipo, muitos talvez também não tivessem a figura simbólica masculina
do pai que é nomeado e apresentado pela mãe na instância da psicanálise
lacaniana.
O sexo saiu do armário porque
perdeu seu sentido e sua significação de Prazer.
Agora todos querem “gozar”
transgredir, e o transgredir está da instância do “gozo” e isso tem um custo
segundo Lacan falando sobre o “Gozo” da sexualidade humana e seus paradigmas.
Mas parece que ninguém quer pagar
essa conta dessa transgressão para “Gozar” sem prazer; a banalização da
sexualidade é em função de diversos fatores que se iniciam no Édipo da criança
e na vida adulta; há apenas uma deformação desse Édipo não resolvido para
outras apresentações que vão desde bizarras a conversões histriônicas mais
modernas.
Com isso cria-se uma espécie de
heterofobia culposa onde nela será debitado o preço desse gozo perverso e quem
sabe às vezes até patológico e meio psicótico subliminar.
Onde a instância do prazer não se
estabeleceu por causa figuras simbólicas faltantes no Édipo, pode se
estabelecer o “gozo” como algo negativo para procriação inclusive da espécie
humana num futuro próximo estaríamos fadados à extinção. Isso é algo para se
repensar.
Corremos um risco de num futuro de
se unificarem inclusive os partidos políticos e as religiões para defender e
proteger-nos “Uns dos sexos dos Outros” E para que cada sujeito tenha e encontre
o seu “gozo”, mas nunca mais ache seu prazer.
Inclusive a política, a mídia e o
capitalismo sabem disso, nós consumimos e gastamos muito mais dinheiro na
instância do “Gozo” e não na instância do prazer. Já que no gozo a transgressão é o único fim e
não me preocupo com a necessidade de alguma reserva ou educação financeira.
No prazer tenho que doar amor,
sentir raiva, magoar, perdoar, relacionar-se e investir com a possibilidade
inclusive da perda do objeto amado ou desejado tudo “isso” para que em algum
momento possa sentir prazer, no prazer tenho que me aceitar como nasci e não no que me transformei.
No “Gozo” não.
Nessa instância nós transgredimos, transformamos a tudo e a todos é uma espécie de rebeldia em busca de uma completude que
“Lacan” diz que o “gozo” não serve para nada.
Na instância do “Gozo” é que
acontecem as coisas mais bizarras da vida do sujeito e em sua prática da
sexualidade.
No prazer tenho que pensar e repensar inclusive dentro de um contexto mais tradicional em sociedade,
família, religião e político para não agredir de forma sublimar o "outro".
No gozo não preciso pensar,
usa-se toda libido (energia) para mostrar-se, impor-se e promover-se inclusive
publicamente, sem se preocupar com quem paga a conta educacional, antropológica,
pedagógica ou religiosa do meu gozo.
Na psicanálise mais coloquial
gozar a vida é uma instância bem distinta de ter prazer na vida.
É preciso ficar atento ao cunho dogmático
e quase educacional e antropológico que esse assunto: Homofobia,
Homossexualismo, Lesbianismo e heterossexualismo estão demandando tempo na mídia
e nos noticiário em geral destaca-se somente algumas pessoas famosas e artistas
que necessitam de estar na mídia e na TV para aumentarem sua fonte de renda.
Isso anda gerando desperdício de
dinheiro público da forma com que hoje tratamos assuntos sobre questões que
antigamente era de cunho de tabu e de uma escolha particular entre quatro
paredes do exercício da preferência de sexualidade.
Eram somente os amigos e pessoas
de muita confiança no qual se confidenciava a sua preferência, orientação ou a
sua prática sexual, isso era legal e não havia banalização da sexualidade humana.
Hoje parece existir um gozo
perverso que é vir a público de forma narcísica se expor histrionicamente causando
vergonha e banalizando a utilidade do sexo na sociedade e não mais entre quatro
paredes.
Negar o “falo” hoje parece que virou
bandeira de tentativa de conquistar alguma forma poder e status. Isso é uma
forma mascarada e sublimada de tentar criar uma demanda constragendora e clima
de tensão, para uma possível guerra de nervos entre os heterofobicos e
homofóbicos.
O sexo objetal seja ele hetero,
homossexual ou lésbico que há algum tempo era algo de quorum muito intimo
privativo hoje saiu às ruas, saiu aos noticiários e inclusive é alvo de demanda
e gastos de logística e mídia junto ao poder público.
É preciso tomar cuidado, porque daqui
algum tempo todos sairão às ruas “pelados” porque algum grupo de pessoas que se
sentiam discriminadas resolve assumir o poder, criar direitos e leis e obrigar
a todos andar “pelados”.
E o pior vão investigar se você
se sente pelado e pensa de forma pelada e ninguém não vai poder falar nada, nem
crítica e a liberdade de pensamento será a primeira prisioneira do sujeito que
pensar fora do formato sexual do “Outro”, voltaremos à ditadura de uma forma
moderna e mascarada onde seremos proibidos de pensar, falar e expor minha
opinião sobre a sexualidade que saí às ruas como fazem animais irracionais;
exemplos cães na rua.
Os pelados terão que pensar e
comer de forma igual a mando da lei. Já imaginou isso é o fim da liberdade de
sexualidade, liberdade de pensamento e liberdade da palavra.
Nada tenho contra a quem prática
sua sexualidade seja homossexual ou lésbica, ao longo de quase vinte de
acolhimento da escuta, tenho atendido a pessoas de diversas preferências
sexuais e a grande maioria delas com dignidade declaram que não gostam de
exposição pública, seja na mídia, ou seja, em locais públicos sobre sua
preferência ou prática sexual.
Alerto aos pais, educadores,
juristas e políticos do perigo social, educacional e cultural que é querer que
tudo isso que antes era “privativo” saia às ruas como uma bandeira de aquisição
de poder, de política e de uma nova forma de cultura para nossos estudantes,
filhos e netos.
O Sexo não é cultura, não é
educação pública, não deveria ser um novo partido político querendo assumir o poder.
Saber se o Sexo é “prazer ou
gozo” não é objeto de política pública, do estado e da justiça.
Isso hoje é explorado para
aumentar o ibope nas emissoras, desvia-nos a atenção da violência de menores, o
desemprego e a saúde pública do país estão agonizando na UTI a espera de algum
milagre.
O estado e a justiça não deveria
se preocupar se os heterofobicos ou homofóbicos estão tendo prazer ou gozo seja
em público, nas quatro paredes do seu quarto ou de um motel.
Isso está saindo do normal para
uma exposição ridícula desnecessária.
Uma coisa é a discriminação,
preconceito e outra coisa é usar isso como álibi para uma exposição que
ridiculariza a sociedade, as famílias, as religiões e afronta os heteros.
Na psicanálise o “prazer” está na
instância do neurótico e o gozo na maioria das vezes é a instância da
transgressão do prazer, e segundo Lacan há seis paradigmas para o “Gozo” do
sujeito.
O que está acontecendo é que
ninguém mais quer prazer, todo mundo quer é transgredir e obter “gozo” imediato
a qualquer custo e sem assumir nenhum custo, seja ético, educacional, político
ou religioso.
Essa sexualidade “fora do
armário” é na verdade uma forma subliminar de tentar assumir o poder que não se
“tem”.
E que sabe no final ainda querer
mandar ainda essa conta para os cofres públicos, os legisladores vão criar leis
e mais impostos por conta disso em breve.
O Psicanalista Francês Lacan; já
dizia se você está em busca de realizar seu “Gozo” se prepare para arcar com
seus custos.
Já que a instância do “prazer”
dentro do contexto psicanalítico exige a demanda do se auto-conhecer, de auto-estima
e da sexualidade instintual e não da sexualidade da banalização do “Falo do
Outro”.
Recomendo a receita antiga que
cada um use a seu “gosto” ou preferência sexual na privacidade das suas quatro
paredes de seu quarto ou de algum motel, é aí o ambiente ideal para seu gozo.
Assim poderemos ter vida sexual sem
fazer com que todos sintam vergonha e ou nos sintamos expostos por ter
determinada preferência ou orientação de atividade sexual.
Não é necessário vir escrito em
minha identidade civil qual a minha preferência sexual, nem o estado e nem a constituição
precisa se preocupar se estamos tendo prazer sexual ou algum gozo perverso ou
bizarro sexual.
O estado, a política e a justiça
deve se preocupar sim com os bilhões de Reais que oneram o tesouro nacional em
campanhas preventivas e tratamentos de saúde das doenças do sexo.
A questão das DSTs (Doenças
Sexualmente Transmissíveis) já ocupa muitos profissionais de saúde e demanda
milhões do orçamento da união para saúde pública no que se relacionam as
doenças da sexualidade humana.
A preocupação se tem “prazer”,
“gozo” desprazer para isso já existe uma vasta literatura de Freud a Lacan e
muitos outros que já há anos escrevem e estudam a sexualidade humana.
Se vivemos tempos de liberdade e
inclusão, mas é preciso “repensar” inclusive as campanhas de DST, que em sua
maioria é direcionada para o público hetero.
Sou a favor de uma ampla campanha
pública de Dsts transmissíveis da Homossexualidade e Lesbianismo, visto que a
maioria das campanhas a culpa fica debitadas sempre aos heteros se os direitos são iguais os deveres de esclarecimento e informação devem ser iguais também.
É preciso que o poder público informar aos
pais, educadores e estudantes através de palestras e campanhas de saúde das
possíveis DSTs de práticas homossexuais ou lésbicas sem a devida prevenção e
orientação de saúde da sexualidade humana.
Os heteros estão levando todo o
ônus e a fama das DSTs passa-se a impressão que exercer a opção do lesbianismo
ou da homossexualidade é algo muito seguro, com assepsia, higiene e saúde, e
isso não é verdade em nenhum país ou cultura do Mundo.
É preciso que essa bandeira da
regulamentação do homossexualismo, bissexualismo ou lesbianismo assuma com
dignidade sua opção sexual para a instância do prazer entre as quatro paredes.
E não fiquem querendo criar com
isso uma forma de poder paralelo, partido político ou mesmo uma forma de
cultura pública de sexo de obrigar a existência de adeptos e seguidores do seu
“Gozo”.
Sexo não é cultura e nunca será,
sexo não deveria ser prioridade do estado ou da igreja, é um assunto de quorum
muito íntimo e pessoal, que fica vulgar se exposto a público sem um norteamento
a faixas etárias.
Esclarecendo que não sou contra e
nem a favor de casamento dos homossexuais, lésbicas e até acho que isso pode ser algo moderno. E quem
sabe no futuro esses casais modernos possam através de implantes de (órgãos) inclusive
terem úteros e produzir leite maternal e constituírem seu próprio clã familiar.
O que fica bizarro e vergonhoso é
usar-se desse meio para atingir na verdade outras finalidades sublimadas que são
alheias ao preconceito e a discriminação sexual.
"Amor é Dar oque Não se Têm a quem Não o Quer" (LACAN)
”Hoje temos liberdade de pensamento e de sexualidade, mas muitos de nós
vivemos desqualificando o desejo”.
Prof. Dr. Luiz Mariano
Psicanalista Clínico